quarta-feira, 23 de maio de 2012

Hitler's Children

Filhos e netos de nazistas relatam trauma de lidar com passado sombrio

BBC
Da esquerda para a direita: Rainer Hoess, Monika Hertwig e Katrin Himmler, filhos ou netos de nazistas

Para os alemães que trazem na assinatura sobrenomes como Himmler, Goering e Goeth, que pertenceu a infames membros do Partido Nazista, a Segunda Guerra Mundial é ainda um assunto rodeado de traumas e um período obscuro nas memórias de família.
Rainer Hoess é neto de Rudolf Hoess, (que não deve ser confundido com o vice-líder nazista Rudolf Hess) primeiro comandante do campo de concentração de Auschwitz. Seu pai cresceu em uma vila anexa ao campo a pouca distância das câmaras de gás, onde brincava, junto com os irmãos, com brinquedos fabricados pelos prisioneiros.
Rainer se lembra quando sua mãe mostrou a ele, quando ele ainda era criança, um baú à prova de fogo, com uma grande suástica na tampa. No baú, muitas fotos de família mostrando seu pai, ainda criança, brincando com os irmãos nos jardins da casa onde moravam.
A avó de Rainer pedia aos filhos que lavassem os morangos que comiam. As frutas eram cultivadas no campo e, segundo a avó de Rainer, tinham o cheiro das cinzas dos fornos de Auschwitz.
"É difícil explicar a culpa, mesmo que não exista razão de eu sentir culpa. Mas eu ainda carrego isto, eu carrego a culpa em minha mente", contou Rainer Hoess.
"Também sinto vergonha, é claro, pelo que minha família, meu avô fez a milhares de outras famílias."
O pai, filho de Rudolf Hoess, nunca abandonou a ideologia nazista e Rainer perdeu o contato com ele.

Visita

Foi apenas depois dos 40 anos que ele finalmente visitou Auschwitz, para enfrentar "a realidade do horror e das mentiras que tive todos estes anos em minha família".
Ao ver a casa onde o pai passou a infância, Rainer conseguia apenas repetir a palavra "insanidade" e, no centro de visitantes, se encontrou com descendentes das vítimas de Auschwitz.
Muitos dos descendentes choraram ao contar suas histórias e uma jovem israelense não conseguia acreditar que Rainer tinha ido até o campo para falar com eles.
Enquanto ele falava de sua culpa e vergonha, um sobrevivente disse a Rainer que os familiares dos nazistas não devem ser culpados pelas atrocidades.
"Receber a aprovação de alguém que sobreviveu àqueles horrores e saber com certeza que não foi você, que você não fez aquilo. Pela primeira vez você não sente o medo ou vergonha, mas felicidade, alegria", disse.

Livro

Katrin Himmler resolveu escrever um livro para lidar com a culpa de ter Heinrich Himmler em sua família.
Himmler, um dos arquitetos do Holocausto, era tio-avô de Katrin. O avô e outro irmão também eram membros do Partido Nazista.
"É um fardo muito pesado ter alguém como ele na família, tão próximo. É algo que fica com você", disse.
Ela escreveu o livro The Himmler Brothers: A German Family History ("Os Irmãos Himmler: História de uma Família Alemã", em tradução livre), em uma tentativa de "trazer algo positivo" para o nome Himmler.
"Tentei da melhor forma me distanciar disto, enfrentar de forma crítica. Eu não preciso mais ficar envergonhada desta conexão de família."
Para Katrin, os descendentes de criminosos de guerra nazistas parecem ter duas opções extremas.
"A maioria decide cortar totalmente a relação com os pais, para que possam tocar suas vidas, para que a história não os destrua. Ou então optam pela lealdade e amor incondicionais, e limpar todas as coisas negativas."
Ela mesma pensou que tinha um bom relacionamento com o pai até que decidiu pesquisar o passado da família. Ele tinha muita dificuldade em falar do passado.
"Eu só entendi como era difícil para ele quando percebi o quanto era difícil para mim aceitar que minha própria avó era uma nazista."
"Eu a amava muito,(...) foi muito difícil quando encontrei as cartas dela e descobri que ela mantinha contato com os velhos nazistas e que ela enviou uma correspondência para um criminoso de guerra condenado à morte. Me deixou doente."

'Lista de Schindler'

Monika Hertwig é filha de Amon Goeth, o comandante sádico do campo de concentração de Plastow, interpretado pelo ator britânico Ralph Fiennes no filme A Lista de Schindler, de Steven Spielberg.
Ela era apenas um bebê quando Goeth foi julgado e condenado à morte. Monika foi criada pela mãe e, durante a infância, tinha uma visão distorcida do que acontecia em Plastow.
"Eu tinha esta imagem que criei (que) os judeus em Plastow e Amon eram uma família."
Quando era adolescente, ela questionou a mãe e foi chicoteada com um fio elétrico.
Apenas quando assistiu ao filme de Spielberg, Monika soube de todo o horror causado por seu pai e contou que "foi como ser atingida".
"Eu pensava que isto (o filme) tinha que parar, em algum momento eles tem que parar de atirar, pois se não pararem, vou enlouquecer aqui dentro deste cinema."
Ela saiu do cinema em choque.

Esterilização

Já Bettina Goering, sobrinha-neta de Hermann Goering, o primeiro na linha de poder do Partido Nazista depois de Adolf Hitler, optou por uma medida bem mais drástica para lidar com o legado de sua família.
Ela e o irmão optaram pela esterilização.
"Nós dois fizemos... para que não existam mais Goerings. Quando meu irmão fez, ele me disse: 'Cortei a linha'", explicou Bettina.
Perturbada pela semelhança com o tio-avô, ela deixou a Alemanha há mais de 30 anos e agora vive em um local remoto do Estado americano do Novo México.
"É mais fácil lidar com o passado de minha família à distância", disse.



quinta-feira, 3 de maio de 2012

Curtindo a vida adoidado!



Relembrando um clássico dos anos 80, aquela época dos videogames, das bicicletas BMXs, dos grandes Blockbusters como Star Wars e Indiana Jones, do Rock n'Roll puro e leve (que até então não era chamado de Indie, no máximo 'Punk'), e também do fim dos tempos da Guerra-Fria conduzidos por Reagan, Thatcher e Gorbachev, em seus jatos Mig-29 e Black-Birds. Terrorismo era uma palavra nova, vinda da Irlanda do Norte. Andar de avião era o 'must' e não existiam Raios X, nem detectores de metais. Tempos de Varig, Pan-Am e de ônibus espaciais. Quanta esperança tínhamos naquela época. Um ciclo de otimismo que se foi. 

O amanhã virou 'hoje' junto com a insegurança de sair na rua, de ser confundido com um membro da Al Qaeda, junto com o desgosto das compahias 'low cost' e de ser barrado na imigração. O que nos tornamos? Nos fechamos cada vez mais dentro de nós mesmos. Um ciclo de recessão interior e de lucros exorbitantes. Ser um milionário nem é mais objeto de desejo como no passado. Agora, 'I wanna be a billionaire'! 

Eu fico com as palavras de Ferris Bueller: "Pois é... Eu já disse isso antes e vou dizer outra vez: a vida passa rápido demais. Se você não parar de vez em quando para viver, a vida acaba perdendo o seu tempo". 


Obs.: Esse vídeo é apenas uma montagem feita para promover a viagem dos estudantes da Assumption College a Chicago no ano de 2011. Mas é a melhor síntese do filme que eu encontrei no YouTube!

Hapiness, more or less...



"...But how many corners do I have to turn?
How many times do I have to learn?
All the love I have is in my mind?..."