segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Nos bosques, Perdido


 "...Algo que de tão longe me parecia
oculto gravemente, coberto pela terra,
um gruto ensurdecido por imensos outonos,
pela entreaberta e úmida treva das folhas.
 

Porém ali, despertando dos sonhos do bosque,
o ramo de avelã cantou sob minha boca
 

E seu odor errante subiu para o meu entendimento
como se, repentinamente, estivessem me procurando as raízes
que abandonei, a terra perdida com minha infância,
e parei ferido pelo aroma errante..."


Pablo Neruda